Caminhos do Mediterrâneo V

Sicília Oriental – À sombra do grande vulcão
2018-05-24 - 2018-06-03


Incrições dia 14 de Janeiro.

A ter em conta –

As actividades Caminhos do Mediterrâneo IV e Caminhos do Mediterrâneo V foram concebidas para ser realizadas de forma consecutiva, seguindo directamente de Malta para Catânia por via aérea. Ainda assim, é dada aos sócios a

possibilidade de participar apenas numa delas, à sua escolha, existindo desta forma 3 modalidades distintas de inscrição – Malta e

Sicília, só Malta ou só Sicília. Porém chama-se a atenção para o facto de, por motivo de constrangimentos nas ligações aéreas, o programa do primeiro dia desta última modalidade diferir daquele que será levado a cabo pelo grupo que participa nas duas actividades (ver adiante). 

Poucos locais do nosso planeta estão ao nível da Sicília no que toca à capacidade de conjugar património natural com património histórico-cultural.

De facto, a maior ilha do Mediterrâneo, por via da sua localização geográfica entre mundos muito distintos (europeu e africano;

ocidental e oriental), e da fertilidade dos seus solos, desde cedo atraiu as mais poderosas nações circundantes, que disputaram a sua posse e deixaram os respectivos legados. Se as primeiras colónias gregas parecem ter coexistido pacificamente com os povos autóctones, a posterior história da Sicília é um corrupio de invasões, regra geral arrancadas a ferros.

Cartagineses, romanos, vândalos, bizantinos, árabes, normandos, germânicos, franceses, aragoneses, espanhóis e italianos sucederam-se no domínio da ilha. Esta última invasão (por Garibaldi, em 1860) revelou-se particularmente ruinosa. As péssimas governações da casa de Saboia e consequente ditadura fascista tornaram a ilha, tradicionalmente invejada pela sua

prosperidade, numa sociedade empobrecida e atávica, fonte de inesgotável emigração. Mas paradoxalmente terá ajudado à preservação do acervo patrimonial deixado pelas civilizações anteriores, o qual em muitos casos ultrapassa o existente nos respectivos locais de origem. Se não vejamos: onde se situam nos nossos dias os templos gregos melhor preservados? Onde se

situa a “mãe de todas” as villas romanas? Os mais fabulosos mosaicos bizantinos? As mais notáveis edificações normandas? A resposta é sempre a mesma: na Sicília. Podemos assim parafrasear a famosa afirmação de Goethe, o homem que despertou a atenção do mundo moderno para esta ilha: não é possível conhecer o Mediterrâneo sem visitar a Sicília, pois é na Sicília que se encontra a chave de tudo…

Sicília Oriental – Pela quantidade, diversidade e complexidade do que há para absorver, a exploração de toda a Sicília não cabe numa actividade do CAAL. Vamos assim cingir-nos ao seu litoral oriental, ou seja à face de orientação norte-sul do triângulo definido pela ilha, virada para o estreito de Messina e o Mar Jónico. Muito património único ficará para outra ocasião.

Mas nem por isso ficaremos a perder pois o programa, para além de rico e vasto, engloba a exploração de duas componentes fulcrais do entrelaçado universo siciliano, ambas exclusivas dessa zona – o Etna e o Barroco Siciliano.

O Etna – Situado na convergência entre a placa africana e a placa euroasiática, o Etna (Mungibedu para os sicilianos), ronda os 3330m de altitude e é o maior vulcão activo da Europa, o segundo maior vulcão da UE (depois do Teide) e um dos vulcões mais activos do mundo, com mais de 250 erupções dignas de registo histórico. Embora não emita lava permanentemente (um exclusivo do vizinho Stromboli), as suas emissões gasosas são quase contínuas – e ao contrário de outras paragens, aqui o fumo escuro é bem recebido pelas populações locais, ao passo que o branco é motivo de apreensão... Com um impressionante perímetro basal de 140 km, a colossal “fonte puríssima de hórrido fogo” (Píndaro, 470AC), molda toda a paisagem da região e é responsável pela fertilidade das terras que o rodeiam, célebres pelos seus vinhos e citrinos. O Etna é uma aula viva de vulcanologia e alberga um

mundo vegetal singular, com ampla variedade de espécies endémicas. Foi recentemente declarado património universal da humanidade pela UNESCO.

O Barroco Siciliano – Sob espartilho castelhano, a arte da Sicília, tal como a ibérica, passou muito ao largo do subversivo Renascimento e, na ausência de um contexto político-religioso que incentivasse a ortodoxia Maneirista, evoluiu quase directamente do tardo-medieval para o Barroco. No início de setecentos, a conjugação de uma elite de poderosos dados à extravagância com a necessidade de reconstruir cidades e vilas inteiras na sequência do devastador terramoto de 1693 (60.000 vítimas mortais), criou condições para o desenvolvimento no leste da ilha de uma realidade arquitectónica ímpar – o barroco siciliano.

Para além da rara oportunidade de construir em larga escala de forma planeada e harmónica, o próprio estilo desenvolveu nuances de gosto local que o diferenciam da resto da Europa, como o gosto pelas fachadas curvas (tanto côncavas como convexas); pelas varandas de sacada; pelas escadarias exteriores; os pavimentos em mármore multicolor; as fachadas de igreja que mais parecem um bolo de noiva que um templo; a persistência de práticas anteriores (uso de grotescos e putti ou de elementos decorativos de tradição normanda) e, claro está, o uso extensivo da pedra vulcânica do Etna. Das 45 povoações reconstruídas destacam-se Catânia, Noto e Ragusa. A UNESCO reconhecendo expressamente que este acervo “representa o apogeu da arte barroca na Europa” classificou este “testemunho de génio exuberante” como património mundial da humanidade.

Uma actividade da ERA - Após a organização de três encontros internacionais de praticantes em torno do lançamento do recente trilho pedestre europeu E12, nos quais o CAAL marcou presença (Cilento 2013, Côte d’Azur 2015 e Costa Brava 2017), a nossa federação internacional, agora sob direcção renovada em alta, aposta num evento similar no histórico E1, o seu principal itinerário norte-sul. O caso não é para menos, pois trata-se de assinalar a inauguração do troço siciliano do mesmo, a recta final de uma odisseia que começa no Cabo Norte (Noruega), a cerca de oito mil quilómetros de distância… As características das actividades da ERA (European Ramblers Association) são sobejamente conhecidas. Relembre-se apenas que a organização do CAAL não domina os detalhes do programa, pois vamos ser hóspedes de quem conhece o terreno melhor que ninguém, neste caso os nossos amigos da FIE (Federazione Italiana de Excursionismo), que tão bem nos acolheram em anos anteriores, na Umbria e no Cilento.

Programa Indicativo

Dia 24 de Maio – Quinta-feira – Chegada nocturna ao aeroporto de Catânia, proveniente de Malta. Transfer para o hotel e alojamento. Para quem parte de Lisboa neste dia, o programa dos dias 24 e 25 de Maio encontra-se noutra secção mais adiante

As actividades dos vários dias surgem listadas por ordem geográfica de norte para sul. Caberá à organização local determinar a sua sequência cronológica.

Dia A – Pelas gargantas do rio Alcantara até Castiglione di Sicília

O rio Alcantara nasce nos Montes Nebrodi mas é o Etna que lhe fornece quase toda a água e molda o território que percorre. Atingido repetidas vezes pelas investidas do vulcão, o rio trata de recuperar o seu espaço rompendo através de qualquer escoada basáltica que interfira com o seu curso. Surgem então cénicas gargantas, cascatas e rápidos, mas também tranquilas piscinas naturais e marmitas de gigante finamente polidas pelo fluxo das águas, que o Alcantara muda facilmente de registo, do áspero para o bucólico. O percurso pedestre permite apreciar a afamada beleza deste vale, uma área natural protegida muito procurada nos dias de Verão, bem como o respectivo território rural envolvente. Mas também é rico no que toca ao património construído, com destaque para a ancestral igreja de Santa Dominica, uma pequena preciosidade classificada como monumento nacional desde 1909, por ser o exemplo perfeito de cuba (templo bizantino, de traça rigorosamente simétrica). E teremos ainda a ponte de São

Nicolau, de origens romanas, que deu o nome ao rio, quintas centenárias e uma velha ferrovia dos anos 30. O ponto de chegada é o burgo de Castiglione di Sicília, presença habitual nas iniciativas pimba do estilo “as 10 mais belas aldeias de…”, dominada pelo seu castelo medieval, que visitaremos.

Características - Localização – Parque Fluvial do rio Alcantara; Extensão -9km; Cota máxima – 525; Cota mínima – 400; Dificuldade - Fácil

Dia B – A erupção de 2003 e o bosque de Timparossa

Um percurso singular de grande interesse naturalístico que se desenvolve no flanco nordeste do vulcão e permite apreciar os efeitos de erupções muito recentes, diversos tipos de vegetação do parque natural do Etna e vistas panorâmicas sobre a montanha e a costa oriental da ilha. Partida da estação de ski de Piano Provenzana por uma pista que se aproxima da zona da última grande erupção (a qual, em 2002-2003, destruiu todo o polo turístico existente na época, teleférico incluído), para tomar um pequeno trilho que mergulha no rio negro das lavas jovens. Passaremos junto à respectiva cratera, bem como à do Monte Nero (erupção de 1646) e às múltiplas bocas de fogo de 1923. Neste troço teremos de um lado vistas abertas para a crista do cume e do outro, aos nossos pés, o vale de Alcantara, Taormina e o estreito de Messina. A geologia muda e, bruscamente, entramos no bosque de faias de Timparossa que atravessaremos até atingirmos o refúgio homónimo. Após a pausa o percurso desce até à Pista Altomontana - o principal estradão do Etna, que circum-navega toda a montanha - numa alternância de escoadas antigas cobertas com densos povoamentos florestais de larício e escoadas mais recentes que permitem amplos panoramas. A actividade termina no refúgio Ragabo.

Características – Localização – Etna, face norte; Extensão – 11Km; Cota máxima – 1850; Cota mínima – 1430; Desníveis: +170/-560;

Dificuldade – Média

Dia C - As crateras Sartorius e a Grotta dei Ladroni

Este percurso, um dos mais interessantes e frequentados do parque natural, decorre ao longo das crateras da erupção de 1865. Permite apreciar vários aspectos vulcanológicos associados à actividade típica do Etna, tais como o alinhamento de cones de escassa envergadura (que os locais, numa curiosa metáfora têxtil, designam por bottoniera), escoadas de lava, bombas, piroclastos, cinzas e os diferentes estádios da recolonização vegetal. Num dia claro será possível ter vistas sobre o imponente flanco do Ellittico - o anterior edifício vulcânico que terá atingido os 4000m de altitude – e os montes Peloritani (Apeninos sicilianos), ao passo que a paisagem imediata é marcada por uma constelação de crateras com uma paleta de tonalidades negras, avermelhadas e verdes, consoante a respectiva idade. A este universo peculiar associa-se uma vegetação única, com destaque para um espectacular endemismo de grande porte - a bétula do Etna – e o vistoso Astragalus siculus, especialista em colonizar áreas cobertas por cinzas. Terminaremos com uma visita à Gruta dos Ladrões, um interessante exemplo de cavidade vulcânica adaptada a fábrica de gelo, mil vezes imortalizada nas ilustrações dos visitantes do Grand Tour (o clássico roteiro iniciático transeuropeu que assinalava a entrada na idade adulta das jovens elites (sobretudo britânicas) dos séculos XVIII e XIX).

Características – Localização – Etna, face leste; Extensão – 7Km; Cota máxima – 1770; Cota mínima – 1600; Dificuldade – Fácil

D – Piano dei Grilli e o Castelo de Nelson

Um percurso circular à descoberta da vertente oeste do Parque do Etna, a menos humanizada, recheada de grandiosos cenários naturais. Atravessaremos uma paisagem lunar de pahoehoe (lavas encordoadas), até atingir o refúgio Piano dei Grilli. A partir desse ponto entraremos numa característica mancha de giestas do Etna, espécie endémica que pode assumir formas bizarras. Em boas condições de visibilidade este troço é dominado pela silhueta imponente do vulcão, que aqui assume todo o seu esplendor. Segue-se a escoada de 1763; a antiga floresta de Centorbi (onde a azinheira marca lugar, exoticamente rodeada de álamos e larícios) e os cones Tre Frati, Sellato e Minardo, perto dos quais ainda se encontram pagghiari, os abrigos feitos de palha tradicionalmente usados por pastores e carvoeiros. Da parte da tarde visitaremos o chamado Castelo de Nelson, uma abadia medieval beneditina doada pelo rei de Nápoles ao idolatrado almirante, enquanto património acessório ao título de duque da vizinha Bronte. Não consta que o irrequieto Horatio alguma vez por lá tenha passado, mas os seus descendentes transformaram-na numa residência nobre, recheada de interessantes relíquias históricas e rodeada por um belo jardim, tudo obviamente ao mais puro gosto inglês.

Características – Localização – Etna, face oeste; Extensão – 9Km; Cota máxima – 1350; Cota mínima 1100; Dificuldade – Fácil

E – Actividade urbana em Siracusa –

Fundada no século VIIIAC por colonos de Corinto, Siracusa foi durante mais de um milénio a maior e mais poderosa cidade da Sicília, capaz de fazer frente a qualquer potência da antiguidade. Os seus temidos tiranos travaram guerras com a Etrúria, Atenas, Roma e sobretudo Cartago (que a cercou quatro vezes, sem sucesso), e fundaram importantes colónias no Adriático (ex: Ancona). Terra natal de Arquimedes e de exílio de Safo, da sua vida cultural fizeram parte nomes como Ésquilo, Píndaro ou Platão. Posteriormente perdeu a primazia para Palermo e suportou dois terramotos ruinosos (1542 e 1693), mas anda hoje subsistem impressionantes testemunhos do seu glorioso passado, nomeadamente o teatro grego, a arena romana, a “Orelha de Dionísio”, o túmulo de Arquimedes, a mítica fonte de Aretusa, o templo de Apolo, a catedral que se apropriou (de forma muito menos discreta que o habitual) do templo de Atena ou o património paleocristão das vastas catacumbas. Na ilha de Ortigia, o núcleo original da cidade; o antigo mistura-se harmoniosamente com o barroco - construído em calcário imaculadamente branco - ao longo de estreitas vielas medievais que se abrem subitamente para o Mediterrâneo. Siracusa está classificada como património da humanidade pela UNESCO, a qual reconheceu expressamente a ligação da cidade a “acontecimentos, ideias e obras da maior relevância universal”.

Dia 30 de Maio; Quarta-feira – É o dia da inauguração oficial do troço siciliano do trilho pedestre europeu E1. A organização guarda algum secretismo sobre o programa (mandatório para todos os participantes no encontro), mas não devemos falhar por muito se apostarmos num populoso percurso sem dificuldade nos quilómetros finais do mesmo, terminando no Cabo Passero, o extremo sudeste da Sicília, seguido da habitual ocasião festiva tão característica dos eventos da ERA.

Dia F – Monte Lauro e Buccheri

Com quase mil metros de altitude, o Lauro é o ponto mais alto dos montes Iblei, situados no sudeste da Sicília. Trata-se de um antigo vulcão submarino de idade miocénica trazido à superfície pela turbulenta tectónica da região. O percurso em anel leva-nos à descoberta das suas alturas, domínio público rico em antiga arquitectura popular. Bosques, quintas, estruturas de apoio à pecuária, pastagens e fábricas de gelo caracterizam este território marcadamente rural, afamado pela sua produção primária e muito distinto do que encontramos no Etna. Do Monte Lauro desfruta-se de um extraordinário panorama sobre o omnipresente grande vulcão, bem como toda a região oriental da ilha, caracterizado pelo vívido contraste entre lavas e calcários. Terminaremos em Buccheri, em tempos idos uma das mais importantes vilas da Sicília, arrasada pelo terramoto de 1693 e logo reconstruída em homogéneo estilo barroco, mantendo a planta medieval. Uma visita guiada leva-nos à descoberta do registo rural do barroco siciliano.

Características – Localização – Montes Iblei; Extensão – 9Km; Cota máxima – 970; Cota mínima– 690; Dificuldade – Média

Dia G - Necrópole de Pantalica e vale do rio Anapo

Itinerário notável à descoberta de um tesouro siciliano, um canhão calcário dos montes Iblei, pleno de testemunhos espantosos de antigas civilizações. Concilia as belezas naturais de uma área protegida com um conjunto histórico classificado como património mundial pela UNESCO.

O percurso segue o traçado de uma via férrea desactivada, estreita e sinuosa, com os seus pitorescos túneis e pontes a abrir para as águas límpidas e a vegetação luxuriante do rio Anapo. Nos flancos do canyon acumulam-se mais de seis mil grutas funerárias de idade pré-histórica, um palácio micénico e igrejas bizantinas do século VII, tendo como pano de fundo uma invulgar biodiversidade, em que o plátano oriental surge exoticamente no seio de um maquis tipicamente mediterrânico, rico em pistácios e eufórbias arbustivas.

Características – Localização – Montes Iblei; Extensão – 10Km; Cota máxima – 270; Cota mínima – 200; Dificuldade – Fácil

Dia H – Noto Antica ,Cava del Carosello e Noto

Outra fusão magistral entre natureza, história, arte e cultura, tipicamente siciliana. De um lado a antiga Noto, cidade multimilenar de fundação grega, rodeada por belos canhões calcários, lagos e cursos de água, e destruída em 1693. Do outro a cidade actual, construída já no século XVIII em estilo barroco tardio, proclamada Capital Europeia do Barroco e património da humanidade pela UNESCO pela sua beleza e opulenta harmonia. Bem próximo a aldeia de Avola, terra natal da célebre casta Nero d’Avola, fonte dos mais portentosos vinhos tintos da ilha, e por isso parte fulcral de outro património mundial UNESCO siciliano, agora em registo imaterial: a dieta mediterrânica. Noto Antica tem o charme próprio das cidades fantasma.

Ainda são visíveis as muralhas, as portas de acesso, torres e castelo, palácios e casas humildes, igrejas e espaços sagrados helenísticos, tudo construído com a pedra branca dos Iblei. Três séculos de abandono conferem ao espaço uma aura ficcional. O trilho desce na direcção do canyon do Carosello onde, entre pequenos lagos e riachos, o homem foi escavando ao longo dos séculos grutas multiusos: túmulos, pedreiras, moinhos, tinturarias, etc…. Terminaremos com uma visita a Noto, uma autêntica explosão de barroco, terra luminosa em que qualquer edifício é uma expressão artística.

Características – Localização – Montes Iblei; Extensão – 8Km; Cota máxima – 480; Cota mínima – 320; Dificuldade – Fácil

Teatro de Taormina – Em dia a indicar, antes ou depois do percurso pedestre, visitaremos o teatro antigo de Taormina (Tauromenion), parte incontornável de qualquer viagem pelo leste da Sicília. Taormina situa-se numa plataforma rochosa sobranceira ao mar cuja posição constitui uma autêntica varanda sobre o Etna. Muito por culpa dos relatos de Goethe, esse enquadramento perfeito desde cedo atraiu um fluxo constante de forasteiros, conferindo-lhe um forte cunho intelectual e artístico, ao jeito da Côte d’Azur (Caminhos do Mediterrâneo II).

Entre muitos outros Nietzsche, que lá escreveu a sua obra maior, e D H Lawrence viveram anos em Taormina. No final da época vitoriana a pequena vila tornou- se também notória pela sua cosmopolita comunidade de homossexuais, os quais aí encontravam refúgio da homofobia dominante nos respectivos países de origem. O teatro, escavado na rocha, é uma obra grega, muito restaurada na era romana. Para além do fabuloso cenário natural é notável o estado de preservação do proscénio, que reforça a singularidade do conjunto.

Catânia – Melior de Cinere Surgo. Situada em zona de alto risco sísmico-vulcânico Catânia, qual fénix, renasce das cinzas após cada destruição. Da mais recente resultou uma traça urbana racional, com amplas praças, uma dose desvairada de igrejas, belos palácios e um colossal convento beneditino, num conjunto marcado pela bicromia lava vs calcário. Parte integrante do barroco siciliano classificado como património da humanidade pela UNESCO, do centro histórico de Catânia constam também vestígios clássicos. Dado estar previsto alojamento na cidade (ou sua periferia), não faltarão oportunidades para explorar, por conta própria, a segunda maior urbe da Sicília.

Dia 3 de Junho – Domingo – Transfer muito matinal para o aeroporto e voos de regresso a Lisboa, via Malta (aonde deverá haver tempo para alguma eventual deambulação, por conta própria). Chegada a Lisboa ao princípio da tarde.

Para saber mais - http://www.visitsicily.info ; www.e1sicilytrekfest.it

Apenas para quem só vai à Sicília

Dia 24 de Maio – Quinta-feira – Comparência no aeroporto de Lisboa ao fim do dia e voo directo para Malta. Chegada tardia, tranfer para o hotel e alojamento.

Dia 25 de Maio – Sexta-feira – Pequeno-almoço no hotel e parte da manhã livre (Possibilidade de ir a La Valleta, por conta própria). Ao final da manhã, transfer para o aeroporto e voo para Catânia. Transfer para o hotel e alojamento. Resto da tarde livre.

Alojamento e Alimentação – Ficaremos alojados em Catânia ou suas imediações, em hotelaria de 3 estrelas (normas locais) em regime de pensão completa com almoços tipo picnic. Dada a hora da partida não podemos garantir a possibilidade de pequeno-almoço no dia do regresso.

Inscrições – No dia 14 de Janeiro, na sede do Clube, entre as 10h00 e as 12h00

Preços: 

Caminhos do Mediterrâneo IV + Caminhos do Mediterrâneo V - 1440€

Plano de pagamentos:  Prestações de Janeiro a Junho (6 prestações): 240 € cada

Só Caminhos do Mediterrâneo IV (Malta) –  550€

Plano de pagamentos: Prestações de Janeiro a Maio (5 prestações): 110 € cada 

Só Caminhos do Mediterrâneo V (Sicília) –  1150€

Plano de pagamentos:  Prestações de Janeiro a Maio  (5 prestações): 190 € cada + última prestação (Junho) 200 € 

Os preços incluem -

Caminhos do Mediterrâneo IV + Caminhos do Mediterrâneo V

Transporte aéreo Lisboa – Malta – Catânia – Lisboa em voos regulares (Air Malta); Taxas de aeroporto e combustível no montante previsto à data da orçamentação da actividade; 1 peça de bagagem de porão; Transporte terrestre e marítimo de acordo com o programa; Alojamento em hotelaria de 3 estrelas em quarto duplo, 4 noites em Malta e 10 na Sicília; Alimentação de acordo com o programa; Guias voluntários da Federação Italiana e dos Ramblers de Malta durante os percursos pedestres; Seguro de acidentes pessoais e assistência em viagem; Gratificações e lembranças.

Só Caminhos do Mediterrâneo IV – Tudo o referido anteriormente que se aplique a Malta.

Só Caminhos do Mediterrâneo V – Alojamento em hotelaria de 3 estrelas em quarto duplo, 1 noite em Malta e 9 na Sicília; Todo o mais referido anteriormente que se aplique à Sicília.

Suplemento para quarto individual:

- Caminhos do Mediterrâneo IV (Malta) - 115€

- Caminhos do Mediterrâneo V - (Sicília) - 185€

- Malta + Sicília - 275€ 

Regras de inscrição

- Cada sócio pode inscrever-se a si próprio e ao seu agregado familiar, ou outro sócio;

- Devido ao número limitado de inscrições, estas serão obrigatoriamente presenciais. Após este período serão aceites inscrições pelo telefone.

Cancelamento

Se a viagem for cancelada pelo participante até 10 de Fevereiro de 2018, o Clube devolverá as verbas pagas, com exceção de 75,00€,  que servirão para despesas de cancelamento a que o Clube está obrigado. Após esta data não haverá lugar a reembolso, a não ser que haja possibilidade de substituição por um sócio em lista de espera ou, no caso de não existir lista de espera, por um sócio indicado pelo desistente.

Muito Importante – O número de vagas é limitado. E mesmo que a capacidade inicial não esgote, o Clube terá de abrir mão das reservas excedentárias pouco depois da data da abertura das inscrições, não podendo assim garantir lugares nas actividades para além do dia de 19 de Janeiro.