Festival Islâmico de Mértola

Entre o rio e o montado
2009-05-23 - 2009-05-24 (Sábado - Domingo)


Campos ondulantes e cheios de cardos, aos quais Maio já retirou o viço de uma Primavera que por ali costuma acabar cedo.

A terra já clama por água, a do Guadiana, o grande rio do Sul; rio de leito encaixado por montes e vales, de curso irregular modulado pelo vaivém das marés, fortemente influenciado pelas águas das chuvas, um rio com história e cheiro a Mediterrâneo.

Guadiana que, com a ribeira de Oeiras, abraça a vila de Mértola, que já foi cidade e importante porto, capital de um reino mouro e sede da Ordem de Santiago.

Encruzilhada de vias terrestres e fluviais, em que o pão, o azeite e, sobretudo o minério, fizeram da antiga Myrtillis romana um importante entreposto comercial.

A história deste espaço faz-se pelos inúmeros testemunhos que o Campo Arqueológico de Mértola, fundado e dinamizado por Cláudio Torres de forma sistemática a partir de 1978, tem vindo a desenterrar, conferindo-lhe o estatuto de verdadeiro museu a céu aberto, e colocando a vila no roteiro do património mundial.  

Conhecida na antiguidade como o “porto mais ocidental do Mediterrâneo” foi sob o domínio islâmico que teve o seu período áureo.

É o reconhecimento da importância do legado árabe que levou à criação do Festival Islâmico o qual procura reviver a ambiência da Martulah mourisca.

É pois tempo de festival, festa, de “sul”.

 

E, desta vez,  também nós vamos à festa: cor, melodias, odores de incensos e ervas de cheiros, gentes; 

raro cosmopolitismo em que a ganga ocidental se mistura com as djellaba, as kamiss ou o hijab;

é recriado um autêntico “souk” onde não faltam os toldos no topo das ruas para proteger do sol inclemente; bancas com artigos maghrebinos e locais;

cuscuz e tajines convivem com mel e queijo da região, doçaria marroquina acompanhada por chá de menta, animação de rua com  música marroquina e cante alentejano que percorre a vila amuralhada, iluminada pela Lua ou pelo Sol tórrido.

Sábado, 23 – Com início na povoação de Corte de Gafo de Baixo, o passeio decorre através de uma paisagem tipicamente alentejana: planície com ligeira ondulação, vales de vegetação rasteira, cultura de sequeiro e montado de azinho pouco denso até ao rio protegido por escarpas rochosas.
Seguiremos ao longo do rio, pelas escarpas iniciais do vale profundo do Guadiana, até entrarmos em Mértola pelo Sítio das Azenhas.
O almoço será à beira rio e, chegados a Mértola, tempo livre para visita.
Depois, rumaremos a Alcoutim para jantar e pernoitar.

 

Características do percurso (2 botas): 13km, feitos na sua maior parte por caminhos rurais, carreiros, um pequeno troço de estradão ao início e também corta-mato. Sem desníveis de relevo, teremos de vencer dois barrancos os quais requerem um pouco de boa vontade. 

Domingo, 24 – Dia livre em Mértola  até cerca das 16h00.

Depois, vamos até ao Monte das Neves onde iniciaremos um percurso que nos levará ao Guadiana, ao longo do qual seguiremos, com o sol a caminhar para o seu ocaso e sempre com uma vista fabulosa sobre Mértola e o Convento de São Francisco onde nos espera um chá retemperador, na varanda do convento e com vista privilegiada sobre Mértola. 

Características do percurso (1 bota): 6km,  feitos  por caminhos rurais e um pequeno troço de asfalto. No acesso ao convento teremos de vencer uma pequena colina.

 

O convento de São Francisco, edificado no séc XII, deve a sua traça actual aos franciscanos que ali se instalaram entre 1612 e 1834.

Adquirido em 1978, já muito degradado, por um casal de artistas holandeses, foi recuperado progressivamente e ali se instalou uma galeria de arte, uma quinta biológica, o Museu da Água, e criado um espaço de retiro, expressividade e criatividade, com workshops de yoga, meditação, cozinha saudável e expressão corporal ou plástica, fornecendo alojamento nas antigas celas recuperadas e refeições naturais; é um local de muita paz, ideal para uma despedida a Mértola www.conventomertola.com. 

Recomendações: Tempo e local de calor, talvez um sol inclemente, portanto todas as precauções a ele associadas.

Botas para as caminhadas e calçado leve p’rá festa. Estarão connosco alguns milhares de “festivaleiros” num espaço reduzido, portanto a mobilidade, acesso e a qualidade de alguns serviços vai ressentir-se desse facto. 

Cartografia: Folha 558  da Carta Militar de Portugal, na escala 1/25000 do IGE. 

Alojamento: Pousada da Juventude de Alcoutim, que tem piscina. 

Partida: Sábado, dia 23 às 06h45 de Algés e às 7h00 de Sete Rios. 

Actividade de inscrição limitada.  

Dadas as características da actividade, não será possível a participação em viatura própria.


Preços:
Autocarro: 54,00€ / Men. de 21 anos: 33,00€