Desde há longos anos o CAAL tem classificado as suas actividades com o sistema das “Botas”.
Trata-se de uma classificação muito simples, facilmente entendível, que se manteve satisfatória durante muito tempo.
Porém, à medida que os gostos e capacidades dos sócios se diversificaram, as “Botas” começaram a revelar uma limitação inerente à sua própria definição:
Tratando-se de um sistema subjectivo, cada participante numa actividade faz a sua própria leitura do significado de um certo número de “Botas”… e por vezes as suas expectativas acabam por ser defraudadas, pois alguns sentem mais dificuldades com desníveis acentuados, para outros é a extensão do percurso o principal obstáculo, e outros ainda sentirão dificuldades com passagens mais técnicas ou à beira do abismo;
Como a atribuição do número de “Botas”, por parte dos organizadores da actividade, está ela própria imbuída do grau de subjectividade inerente ao próprio sistema, está criada uma situação propícia a enganos, mal-entendidos e, em última análise, à ocorrência de situações potencialmente perigosas.
Por esta razão, a partir de 2011, as actividades de CAAL, para além das “Botas”, serão objecto de uma classificação mais completa, envolvendo a avaliação de um maior número de parâmetros: o M.I.D.E. – Método de Informação De pErcursos.
O que é pois o M.I.D.E ?
O M.I.D.E. – Método de Informação De pErcursos é uma escala de classificação de percursos pedestres (igualmente aplicável a percursos de Orientação, Escalada e Alpinismo) recomendada pela Federação Espanhola de Desportos de Montanha e Escalada e outras entidades oficiais.
A escala visa classificar e expressar as exigências técnicas e físicas dos percursos, e foi concebida como uma ferramenta de prevenção de acidentes em meio natural.
A classificação M.I.D.E. de um percurso corresponde sempre a uma época do ano específica e a condições do terreno bem determinadas, e compreende 4 índices distintos, cada um com uma classificação entre 1 e 5 pontos:
ÍNDICE | SIGNIFICADO | PONTUAÇÃO | ||||
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | ||
Meio | Severidade do meio natural | O meio não está isento de riscos | Há mais que 1 factor de risco | Há vários factores de risco | Há bastantes factores de risco | Há muitos factores de risco |
Itinerário | Dificuldade de orientação no itinerário | Percurso guiado ou caminhos e cruzamentos bem definidos | Trilhos ou sinalização de continuidade | Exige a identificação precisa de acidentes geográficos e de pontos cardeais | Exige técnicas de orientação e navegação fora de trilhos | A navegação é interrompida por obstáculos que há que contornar ou ultrapassar |
Deslocação | Dificuldade técnica da deslocação | Marcha por superfície lisa (estradão, areal) | Marcha por trilhos fáceis | Marcha por trilhos ou terrenos irregulares | É necessário o uso das mãos para manter o equilíbrio | Requer passos de escalada para a progressão |
Esforço | Esforço físico necessário, englobando transposição de desníveis | Até 1 hora de marcha efectiva | De 1 a 3 horas de marcha efectiva | De 3 a 6 horas de marcha efectiva | De 6 a 10 horas de marcha efectiva | Mais de 10 horas de marcha efectiva |
O conjunto dos índices pode então ser apresentado de forma gráfica, como se exemplifica para algumas actividades realizadas em 2009/2010:
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Meio: 1 Itinerário: 1 Deslocação:2 Esforço: 2 |
Meio: 3 Itinerário: 1 Deslocação: 3 Esforço: 3 |
Meio: 4 Itinerário: 1 Deslocação: 3 Esforço: 5 |
Em breve o CAAL realizará workshops específicos relacionados com o M.I.D.E..