Já começaram a chegar fotos!
Os nossos fotógrafos trazem-nos imagens que nos mostram "cheiros, cores e sons" deste Festival à beira Guadiana...
O álbum do Zé António emhttps://picasaweb.google.com/opassodegigante/MErtola0515?authkey=Gv1sRgCLLmm6HujrKmmwE&feat=email
Os vídeos do concerto nocturno junto ao Guadiana, também do Zé António, em https://picasaweb.google.com/lh/sredir?uname=opassodegigante&target=ALBUM&id=6152981375163354993&authkey=Gv1sRgCP-o4rGwkJDjigE&feat=email
As fotos do António Matos em http://www.clubearlivre.org/v/actividades/2015/mai/festIsl/am/
Trigo maduro e campos
ondulantes cheios de cardos, alcachofras e papoilas e aos quais Maio já retirou
o viço de uma Primavera que por ali costuma acabar cedo.
A terra já clama por
água, a do Guadiana, o grande rio do Sul.
Rio de leito encaixado por montes e vales, de curso irregular modulado pelo
vaivém das marés, e fortemente influenciado pelas águas das chuvas, um rio com história e cheiro a Mediterrâneo.
Guadiana, que a par da
ribeira de Oeiras abraça a vila de
Mértola, que já foi cidade e importante porto, capital de um reino mouro e sede
da Ordem de Santiago, encruzilhada de vias terrestres e fluviais, em que o
pão, o azeite, e sobretudo o minério, fizeram da antiga ‘Myrtillis’ romana um importante entreposto
comercial.
A história deste espaço
faz-se pelos inúmeros testemunhos que o Campo Arqueológico de Mértola, fundado
e dinamizado por Cláudio Torres de forma sistemática a partir de 1978, tem
vindo a desenterrar, conferindo-lhe o estatuto de verdadeiro museu a céu aberto, e colocando a vila no roteiro do
património mundial. Conhecida na
antiguidade como o ‘porto mais ocidental do Mediterrâneo’, foi sob o
domínio islâmico que teve o seu período áureo, e é o reconhecimento da
importância do legado árabe que levou à criação do Festival Islâmico o qual procura reviver a ambiência da ‘Martulah’
mourisca.
É pois tempo de festival, festa, de ‘sul’.
E também nós vamos à
festa: cor,
melodias, odores de incensos e ervas de cheiros, gentes num raro cosmopolitismo
em que a ganga ocidental se mistura com as ‘djellaba’, as ‘kamiss’ ou o ‘hijab’.É
recriado um autêntico ‘souk’ onde não faltam os toldos coloridos no topo das
ruas para proteger do sol, as bancas com artigos maghrebinos e locais; o cuscuz
e as tagines ou a doçaria marroquina acompanhada por chá de menta, convivem com
o mel o queijo e os enchidos da região. E a animação de rua? Música maghrebina e cante alentejano, percorrem
a vila amuralhada faça sol ou lua.
Sábado, 23
a) Percurso pedestre que começa na povoação de Álvares, e sobe à serra
com o mesmo nome - estamos no Alentejo portanto, uns ‘míseros’ 150m de desnível
-, passando por pastos, montado e pinhal até à cumeada que seguiremos até
descer para a ribeira de Oeiras, afluente do Guadiana, onde comeremos o nosso
farnel. Aqui estaremos num couto de caça, e acreditem que até veados há, se os
conseguirmos vislumbrar, isso agora… Depois, seguiremos a linha de água até à
Fonte Santa, antigo local de ‘peregrinação’ às suas águas medicinais sulfurosas
para tratamento de afecções do aparelho digestivo, hoje completamente ao abandono,
e onde terminaremos
(http://www.aguas.ics.ul.pt/beja_fssjoao.html). Cerca de 9km através
de trilhos, caminhos rurais, algum estradão e corta-mato.
b) A seguir rumaremos a Alcoutim, e à pousada, para nos prepararmos para a
festa.
Contamos chegar a Mértola por
volta das 19h, para uma experiência sensorial a vários níveis. Os
companheiros ficam por si, para desfrutar da cor, dos cheiros, dos sons…até
perto da 1/1h30. Não será a melhor altura para procurar o petisco alentejano,
mas há muitos outros sabores para descobrir; a não perder, mesmo, são os concertos
de worldmusic junto ao rio (confere o programa para sábado em http://www.festivalislamicodemertola.com/).
Domingo,
24
Aproveitem a piscina da
pousada porque só partiremos para
Mértola mais tarde (mas não muito). Chegados à vila poderão constatar que a
multidão da véspera está de ressaca. Aproveitem pois para percorrer as ruas,
fazer alguma visita cultural ou então, e agora sim, procurar a boa comida
alentejana.
Após o almoço, vamos até ao
Monte das Neves onde iniciaremos um percurso que nos levará até ao Guadiana,
ao longo do qual seguiremos com uma vista fabulosa sobre Mértola e o Convento de São Francisco, onde nos espera
um chá retemperador na varanda do convento, com vista privilegiada sobre
Mértola. São 5km feitos por
caminhos rurais e um pequeno troço de asfalto. No acesso ao convento teremos de
vencer uma pequena colina.
O convento de São Francisco,
edificado no séc. XII, deve a sua traça actual aos franciscanos que ali se
instalaram entre 1612 e 1834. Adquirido em 1978, já muito degradado, por um
casal de artistas holandeses, foi recuperado progressivamente e ali se instalou
uma galeria de arte, uma quinta biológica, o Museu da Água, e criado um espaço de retiro, expressividade e
criatividade, com workshops de yoga, meditação, cozinha
saudável e expressão corporal ou plástica, fornecendo alojamento nas
antigas celas recuperadas e refeições naturais; é um local de muita paz, ideal
para uma despedida a Mértola
https://www.youtube.com/watch?v=WKvHSxhf0jU
https://www.youtube.com/watch?v=nVhH1K7jT60 https://www.youtube.com/watch?v=n_wlR6L3qjs
.
Recomendações: Tempo
e local de calor, embora este ano a estação pareça atrasada, portanto todas as
precauções a ele associadas. Botas para as caminhadas e calçado leve p’rá
festa. Estarão connosco alguns milhares de ‘festivaleiros’ num espaço reduzido,
portanto a mobilidade, acesso e a qualidade de alguns serviços vai ressentir-se
desse facto.
Inscrições limitadas.
Cartografia: Folhas 557 e 558 da Carta
Militar de Portugal, na escala 1/25000 do IGE.
Alojamento: Pousada da Juventude de Alcoutim,
com piscina. Levar toalha.
Dadas
as características excepcionais desta actividade, não será possível a
participação em viatura própria.
O preço inclui o
transporte, o seguro, o alojamento na Pousada de Alcoutim, a visita e o chá no
Convento de S. Francisco, a informação e o mapa.