II Catalonia Trek Festival

Por terras do sul da Catalunha (Tarragona), longe das rotas batidas
2020-05-01 - 2020-05-10

O Clube lamenta informar que,

tendo em conta as circunstâncias que são do conhecimento geral e que naturalmente nos ultrapassam, somos obrigados a cancelar a nossa participação no Catalonia Trek Festival iniciativa que, devido à sua grande dimensão, é particularmente vulnerável ao contexto actual.

 

 

 






INSCRIÇÕRS:27 de fevereiro, quinta-feira, entre as 18 e as 20 horas

No âmbito das comemorações do centenário da sua federação - FEEC - os nossos conhecidos amigos catalães têm a coragem de voltar a organizar um grande encontro festivo de praticantes de todo o continente, mais uma vez sob a égide da federação europeia ERA -European Ramblers Association.

Desta vez o território escolhido fica no sul da Catalunha, na província de Tarragona.

Temos assim uma oportunidade única de partir à descoberta dos mais notáveis locais desta zona pouco conhecida, num programa que combina litoral com interior e natureza com património, dos mais belos recantos da serra de Montsant ao delta do Ebro, da icónica Siurana (porventura a mais bela aldeia da Catalunha profunda) ao mosteiro de Poblet (património da humanidade UNESCO).

O festival segue o sobejamente conhecido padrão das iniciativas internacionais promovidas pela ERA (vamos para a nossa décima participação!), com caminhadas pouco extensas e acessíveis à generalidade dos sócios, alguns dias predominantemente culturais, ambiente de convívio entre os participantes oriundos de toda a Europa, alojamento confortável e apoios institucionais, tudo isso assente no insuperável conhecimento do território detido pelo anfitrião local, neste caso gente boa e com provas dadas, que será responsável pela gestão no terreno.

Uma vez que o programa oficial tem início no final da tarde de domingo, o CAAL assegurou em exclusivo dois dias de extensão, de forma a aproveitar o fim de semana prolongado para melhor explorar esta região da Catalunha desconhecida. 

 

Programa indicativo

1 de maio, sexta-feira (feriado nacional)

Comparência no aeroporto de Lisboa e partida ao final da tarde para Barcelona, em voo TAP. Autocarro para o destino (aprox. 95km). Chegada noturna ao hotel.

 

2 de maio - L’Ametlla de Mar

Começamos o programa catalão de 2020 tal como acabámos o de 2017: com uma caminhada costeira no E12, o trilho europeu de longa rota que segue o litoral mediterrânico, desta vez uns bons 200 quilómetros mais para sul… O troço entre a povoação piscatória de L’Ametlla de Mar e a praia de Perelló, imediatamente a norte do delta do Ebro, é um clássico da região, pois percorre um dos mais belos segmentos do litoral da Catalunha, proporcionando um autêntico balcão sobre o mar. Será um percurso ao longo de uma faixa costeira francamente bem conservada, em que falésias recortadas definem enseadas de tonalidade esmeralda onde o arvoredo desce até à beira da água, numa paisagem tipicamente mediterrânica. Distância - 12km.

Percurso ondulado alegadamente de dificuldade ‘média’ (para os padrões da ERA…).

 

3 de maio - Garganta de Fraguerau

serra de Montsant é um dos espaços naturais mais singulares da Catalunha. Este maciço rochoso apresenta-se profundamente moldado pela erosão, numa cénica sucessão de faces abruptas e gargantas profundas. Partindo das cercanias de Ulldemolins, vamos percorrer um troço de uma variante do caminho de Santiago catalão - GR65.5 - até Sant Bartolomeu de Fraguerau, uma singela capela e eremitério medieval que ocupa um dos locais mais mágicos e isolados da serra. O percurso decorre ao longo do rio Montsant, na base de paredes rochosas compostas pela sobreposição de inúmeras formas arredondadas, cujo conjunto define uma paisagem espectacular.

Percurso acessível com 3,50 horas de duração (mais paragens).

 

4 de maio - Mosteiro de Poblet e aldeia medieval de Montblanc

A ‘Costa Daurada’ foi um importante centro cultural na Idade Média, em parte por influência da forte presença da Ordem de Cister no condado de Tarragona. Dos 3 mosteiros que construíram na região, Poblet é claramente o mais famoso e monumental. Trata-se de um complexo de grande dimensão e qualidade arquitetónica, erguido sob a protecção dos monarcas da confederação Catalã-Aragonesa, particularmente de Pedro III que o escolheu para panteão real. No seu auge, Poblet albergou a maior de todas as comunidades cistercienses. Chegou aos nossos dias praticamente intacto, tendo sido declarado património da humanidade pela UNESCO em 1991. Chegaremos a Poblet a pé, graças a um bem pequenino percurso ao longo do GR 175 (a Rota Cisterciense), a partir da vizinha aldeia de Espluga.

A visita ao mosteiro é o prato forte do dia. O programa é completado com um circuito guiado na aldeia medieval muralhada de Montblanc, cujo rico património artístico - com destaque para a imponente igreja de Santa Maria - será adequado cenário para uma introdução aos eventos mais marcantes da história da nação catalã.

 

5 de maio - Parque Natural do Delta do Ebro

Com uma área de 320km², o delta do Ebro é a maior zona húmida da Catalunha e o segundo mais importante habitat aquático do Mediterrâneo ocidental, logo depois da Camargue. Encontrar um equilíbrio harmonioso entre o meio natural e a actividade humana nunca foi uma tarefa fácil, mas ainda assim o seu enorme valor ambiental perdura, resistindo às pressões e interesses de agentes económicos diversos, com destaque para o cultivo intensivo do arroz. O programa propõe uma visita ao centro de interpretação do delta, que explica o essencial sobre este ecossistema único protegido pela convenção de Ramsar, seguido de um fácil percurso pedestre entre Riumar e o cais fluvial do parque. Riumar possui uma praia de areia fina bordeada por belas dunas que se estendem por alguns quilómetros ao longo da parte oriental do delta, formando um dos raros sistemas dunares da Catalunha. Ao longo do caminho, boa parte sobre passadiço, existem vários pontos de observação da avifauna (95 espécies residentes; mais de 300 migratórias, incluindo a maior população mundial de gaivotas de Audouin e os sempre vistosos flamingos).

O dia culmina com o clássico ‘cruzeiro’ no delta, com direito a refeição a bordo, inevitavelmente envolvendo ‘paella’...

 

6 de maio - Siurana

O castelo de Siurana foi, por larga margem, o último baluarte islâmico no nordeste da península ibérica. Algo que não causa espanto, tendo em conta a sua localização geográfica, num extremo da serra de Prades e no topo de uma plataforma que mais parece uma península, rodeada por escarpas abruptas que na época o tornavam quase inexpugnável. A extrema dificuldade da sua conquista deu origem a lendas famosas, como a da princesa Abdelazia, que preferiu a morte - em grande estilo… - ao cativeiro cristão.

A caminhada proposta não garante mouras encantadas cavalgando desnudas, mas permite descobrir duas das ancestrais vias de aproximação a este local único e fascinante, outrora capital administrativa de um vasto território e hoje remota aldeia histórica com cerca de quarenta habitantes. O trilho de La Trona é pouco extenso mas absolutamente extraordinário, pelas suas vistas panorâmicas, as paredes rochosas verticais e o seu passado medieval. Embora sendo aéreo não é exposto, pelo que a progressão não apresenta dificuldade. Siurana é sem dúvida um dos lugares mais notáveis da Catalunha, pelo que no final da actividade haverá tempo livre para a explorar.

Neste dia, quarta-feira, haverá um jantar com todos os participantes no encontro, em ambiente festivo, como é característico destas organizações da ERA.

 

7 de maio - De Altafulla a Tarragona

Regressamos ao E12 para percorrer outro percurso incontornável do sul da Catalunha. Vamos caminhar da foz do rio Gaià até à Praia Grande da própria cidade, através de um litoral de grande beleza e passando por locais únicos como o castelo de Tamarit ou as enseadas de Roca Plana e Cala Fonda. Tamarit, um dos ex-libris mais clássicos de Tarragona, é uma imponente edificação senhorial construída à beira-mar que remonta ao século XI. Trata-se de uma estrutura singular, que conserva a traça românica original e possui uma história atribulada, em que a função militar alterna com registos mais palacianos.

Outro ponto de interesse nesta caminhada é a chamada Mata da Marquesa que, apesar de se situar às portas da cidade, constitui um valioso espaço natural e um oásis de tranquilidade. Salva da especulação imobiliária pela teimosia da proprietária (a falecida marquesa de Tamarit), a mata preserva uma rara mancha de vegetação natural da ‘Costa Daurada’, com abundância de pinheiros de Aleppo nas zonas abrigadas e manchas de genuíno ‘maquis’ mediterrânico junto ao mar (onde predomina o junípero), ambos devidamente moldados pelo ‘garbi’ (vento marítimo do sudoeste, associado a condições de borrasca).

Percurso com 9km de extensão, sem desníveis significativos.

 

8 de maio - Do Modernismo Catalão de Reus à arquitetura popular de Montroig

Com as suas formas sensuais, motivos orgânicos, cores exuberantes e abundância de fantasia, o Modernismo sempre assumiu uma forte personalidade na Catalunha. De tal forma que podemos falar em Modernismo Catalão, enquanto estilo com identidade própria, sem questionar as afinidades com os demais modernismos europeus, como a ‘Art Nouveau’, o ‘Jugendstil’ ou o ‘Liberty’. Para além de Barcelona, onde alcançou fama mundial, outro dos epicentros deste movimento artístico que marca a transição do século XIX para o século XX é a cidade de Reus - a segunda maior da província de Tarragona - muito pelo mérito dos contributos de grandes mestres como Antonio Gaudí, Lluís Domènech ou Josep Cadafalch.

A Rota Modernista de Reus vai levar-nos à descoberta de 26 interessantes edifícios dessa época, numa agradável caminhada pelo centro urbano. Destacam-se obras notáveis como o Instituto Pere Mata, a Casa Navàs a Casa Rull ou a Casa Gasull. Depois do almoço mudamos completamente de registo, embora continuando a ter como tema a arte e o engenho das edificações humanas.

Rumamos à zona de Montroig, cuja paisagem agrícola é famosa pela quantidade, qualidade e variedade das suas construções ancestrais em pedra seca (sem recurso a qualquer tipo de argamassa). As suas 141 ‘barraques’ bem preservadas são um excelente mostruário da criatividade, sabedoria e técnicas desta forma tradicional de construção do sul da Europa, recentemente classificada pela UNESCO como Património Imaterial da Humanidade (2018). Algumas das estruturas que vamos descobrir possuem estatuto legal de monumento.

 

9 de maio - A região demarcada do Priorat

Cobre uma área de 20.000 hectares, mas nem um décimo estão ocupados por vinhas. A paisagem é francamente rude - ‘cataclísmica’ nas palavras de Josep Pla, o maior escritor catalão do século XX. O cultivo é árduo, exigente e dispendioso. A produção é escassa. A maioria dos produtores tradicionais não vai além de uns poucos milhares de garrafas por colheita. Mas as uvas são excepcionais e, nas mãos certas, proporcionam vinhos duma extraordinária complexidade e carácter único, aclamados no mundo inteiro, sem qualquer dúvida os melhores tintos da Catalunha.

Vamos caminhar entre as aldeias de Cabacés e Vilella, no coração da região demarcada com o nível máximo da classificação legal espanhola (DOCa), apenas existente aqui e em Rioja. Um trilho antigo, sem dificuldade, leva-nos à descoberta deste território onde impera a paixão pelo vinho. Terminaremos a nossa actividade com uma visita à adega Buil & Giné, onde teremos oportunidade de provar ‘in situ’ os vinhos do Priorat, acompanhados de ‘tapas’ preparadas com produtos locais.

 

10 de maio, domingo

Manhã livre para alguma última exploração pessoal (Tarragona, com o seu considerável património romano, ou Reus, que ficam a uma escassa dúzia de quilómetros do hotel).

Logo após a hora do almoço, saída em autocarro para o aeroporto de Barcelona e voo de regresso a Portugal. Chegada a Lisboa prevista para a hora de jantar.

 

A ter em conta - Este programa é indicativo. A sequência dos dias terá de ser confirmada pela organização catalã. Embora pouco provável, não se exclui a possibilidade de alguma troca pontual com outro dos interessantes percursos diários disponíveis no programa do festival.

 

Alojamento - Ficaremos instalados em Cap Salou, a distância pedonal da concorrida estância balnear de Salou, mas ainda assim em posição excêntrica relativamente à zona de maior reboliço. O hotel escolhido pela organização catalã é o Best Cap Salou, normalmente uma grande unidade de turismo de massas, que nesta quadra estará por conta dos caminheiros. Fica em primeira linha de mar e possui condições de conforto tipo 3 estrelas.

 

Alimentação - Regime geral de meia pensão no hotel e picnics de mochila para o almoço, com as exceções favoráveis referidas no programa.

 

Preço – 1.230€

 

O preço inclui:

- Voo regular TAP Lisboa - Barcelona - Lisboa

- Taxas de aeroporto e combustível no montante em vigor à data do lançamento da actividade

- 9 noites de alojamento no hotel de Cap Salou, em quarto duplo

Pensão completa do pequeno-almoço de 2 de Maio ao jantar de 9 de Maio, com almoços tipo picnic de mochila

- 1 jantar de grupo festivo em Salou

- Autocarro conforme o programa

- Caminhadas e percursos com guias voluntários da FEEC

- Inscrição no II Catalonia Trek Festival

- Passeio de barco no delta do Ebro, com almoço de ‘paella’ incluindo vinho

- Prova de vinhos e ‘tapas’ em adega da região demarcada do Priorat

- Entrada no mosteiro de Poblet

- Seguro de acidentes pessoais e assistência em viagem.

 

O preço não inclui: Bebidas e despesas pessoais. Eventuais variações significativas nas taxas aeroportuárias e de combustível, que possam ocorrer entre a data do lançamento da actividade e a emissão dos bilhetes de avião. Tudo o que não foi referido no ponto anterior.

 

Plano de pagamentos

Dada a proximidade temporal da realização da actividade, o Clube vai estender a possibilidade de pagamento de prestações para além da data da partida. Desta forma no momento da inscrição deverá ser paga uma entrada de 230€, seguida de 5 prestações mensais no valor de 200€, de março a julho, sempre até ao dia 28 de cada mês.

 

Suplemento para quarto individual - 150€

 

Inscrições

As inscrições vão ter lugar no dia 27 de fevereiro, quinta-feira, entre as 18 e as 20 horas, na sede do Clube. Inscrições limitadas. Dados os prazos definidos pela organização catalã, o Clube não pode garantir a disponibilidade de lugares para além do dia 10 de março, mesmo que a capacidade existente à partida não seja preenchida.

Cada sócio pode inscrever-se a si próprio e ao seu agregado familiar ou outro sócio.

Também podem aceder ao PDF com a descrição da actividade.