Apesar
de se encontrar no centro de uma zona fortemente edificada, o Sapal de Corroios
é um bom local para observar diversas
espécies de aves aquáticas, sendo de salientar: o flamingo, o pernilongo, o
alfaiate, a tarambola-cinzenta e o pilrito-comum entre outras.
Desde
1991, este sapal faz parte da Reserva
Ecológica Nacional que obedece às prioridades da Agenda Territorial da
União Europeia nos domínios ecológico e da gestão transeuropeia de riscos
naturais.
Um
pouco mais à frente avistaremos, à nossa direita, um conjunto de pequenas lagoas
que parecem ser tanques de piscicultura.
A
sua história é a seguinte: Em 1945 deu-se aqui início à primeira atividade
piscícola em explorações tradicionais, cujo investimento e intervenção humana
eram mínimos.
Em
1997 a empresa Viveilis apresentou, à Direção Regional de Ambiente de Lisboa e
Vale do Tejo, um projeto que incluía 1 reservatório, 15 tanques para engorda de
peixe e 2 lagoas de sedimentação, para exploração em regime intensivo.
Em
2000 começaram as obras, impedindo que as águas invadissem o viveiro, de modo a
secar as lamas no seu interior, o que causou impactes negativos nas espécies
locais.
Em
21 de agosto de 2001, a Câmara Municipal do Seixal embargou a obra, invocando a
falta de licenciamento municipal, no entanto estas continuaram, pelo que em 23
de outubro de 2002, a CMS procedeu ao seu embargo coercivo.
Em
7 de dezembro 2007 a mesma empresa entregou um novo projeto para o recomeço das
obras no Sapal de Corroios, que acabou por ser aprovado.
A
Viveilis - Viveiros de Peixe, Lda terá como objetivo a produção de robalos e douradas que compra em ‘maternidades’
portuguesas e espanholas, deixando-os crescer durante um ano (dourada) e
durante dois (robalo), até atingirem o tamanho comercial de 300 ou 400 gramas.
Pensamos
que estes viveiros estão atualmente desativados.
A
nossa próxima paragem será num Moinho de Maré.
Os moinhos de maré do
concelho do Seixal
constituem o mais antigo núcleo, ainda existente, de uma região onde, desde o
séc. XIV se ergueram muitos moinhos, chegando
às 60 unidades no séc. XVI. O curto tempo de moagem diária, cerca de 4 horas
por maré, era compensado pelo elevado número de mós.
Como funcionavam os
moinhos de maré:
Os
moinhos de maré eram formados por uma
caldeira que se enchia de água, através de uma porta de água (adufa), quando a maré enchia e que depois se
fechava até à descida das águas. E também por uma construção onde se situavam diversas moendas (pares de mós) que
se destinavam ao fabrico de farinha.
Quando a maré vazava,
abriam-se passagens para a saída das águas, que faziam
mover um número variável de moendas (normalmente entre três e dez mós).
A partir do século XV,
os Frades Carmelitas promoveriam a construção de novos moinhos:
o
da Raposa (junto à Torre da Marinha), o do Galvão bem como o do Capitão, da Passagem
e o da Torre, todos defronte do Seixal.
Todos
eles sofreram grandes danos com o terramoto de 1755, que obrigaram à sua
reconstrução.
Passaremos
por 3 destes moinhos, o 1º será o Moinho de Maré do Galvão, seguido do Moinho
de Maré do Capitão, que fica bem perto do edifício em ruínas da Fábrica de Seca de Bacalhau da Companhia
Atlântica.
Aqui
estabelecida em 1947, encerrou no princípio dos anos 90.
Durante
a década de 50 chegou a ser a maior empresa do ramo, das 3 que se encontravam
nesta região, empregando 600 trabalhadores, na sua maioria mulheres.
A secagem do bacalhau
era feita entre os meses de outubro e março, uma vez que a temperatura ideal de secagem ronda os
20º.
Há
vestígios de um cais que, a avaliar pelo seu comprimento, permitiria várias embarcações
ao mesmo tempo.
O
edifício encontra-se hoje num profundo estado de abandono e ruína, apesar da
bonita envolvente paisagística, com o
sapal e o Tejo por vizinhos.
Por
trás do edifício ainda se veem as estacas onde se deixava o bacalhau a secar ao
sol e, dentro dos pavilhões esventrados, encontramos ainda alguns tanques de
lavagem do bacalhau e até um ou outro azulejo antigo com cenas típicas
tradicionais portuguesas.
Perto
fica o Moinho da Passagem, o 3º, praticamente inacessível.
Continuando
pelo sapal vamos chegar a outra ruína, a da Sociedade Lisbonense da Pesca do Bacalhau, que aqui foi instalada
em 1910.
Mais
uns passos e chegamos à praia da Ponta
dos Corvos com toda a sua beleza e de onde podemos avistar, ao mesmo tempo,
Lisboa, Almada, Barreiro e Seixal bem como um longo areal branco, que vamos
percorrer até às instalações militares do Alfeite, após o que regressaremos ao
local de partida.
Características do
percurso: Totalmente
plano, com perto de 14km muito fáceis, feitos em estradão, sapal, algum (pouco)
lodo e areia.
Recomendações: Levar binóculos para observação das
aves e sapatos/botas confortáveis e com boa aderência.
Ponto de encontro: Às 10h00, junto à porta da Escola Básica do
1º Ciclo de Miratejo
(Praceta
Qta da Varejeira 2855-246, Corroios). Prevê-se que a atividade termine pelas
16h30.
Os
carros podem ficar no parque de estacionamento na Rua Soeiro Pereira Gomes, ao
lado do Centro Comercial Miratejo (a poucos metros da escola).
Inscrição (10€) na
secretaria do CAAL.
(O preço inclui o seguro, o reconhecimento da actividade
e a simpatia dos organizadores).