Ponta dos Corvos

Onde a História foi esquecida
2023-10-01 (Domingo)

As fotos da Teresa Santos AQUI

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Nesta nossa atividade vamos começar por ver o Sapal de Corroios - a zona húmida mais bem conservada de todo o estuário do Tejo a sul de Alcochete, sendo de salientar a riqueza ornitológica e a fauna aquática ali existentes.
Este
local serve de
pouso temporário para
muitas aves migratórias
e funciona também como uma ‘maternidade’ e ‘creche’
 para diversas espécies de moluscos,
crustáceos e peixes.

Apesar
de se encontrar no centro de uma zona fortemente edificada, o Sapal de Corroios
é um bom local para observar diversas
espécies de aves aquáticas
, sendo de salientar: o flamingo, o pernilongo, o
alfaiate, a tarambola-cinzenta e o pilrito-comum entre outras.

Desde
1991, este sapal faz parte da Reserva
Ecológica Nacional
que obedece às prioridades da Agenda Territorial da
União Europeia nos domínios ecológico e da gestão transeuropeia de riscos
naturais.

Um
pouco mais à frente avistaremos, à nossa direita, um conjunto de pequenas lagoas
que parecem ser
tanques de piscicultura.

A
sua história é a seguinte: Em 1945 deu-se aqui início à primeira atividade
piscícola em explorações tradicionais, cujo investimento e intervenção humana
eram mínimos.

Em
1997 a empresa Viveilis apresentou, à Direção Regional de Ambiente de Lisboa e
Vale do Tejo, um projeto que incluía 1 reservatório, 15 tanques para engorda de
peixe e 2 lagoas de sedimentação, para exploração em regime intensivo.

Em
2000 começaram as obras, impedindo que as águas invadissem o viveiro, de modo a
secar as lamas no seu interior, o que causou impactes negativos nas espécies
locais.

Em
21 de agosto de 2001, a Câmara Municipal do Seixal embargou a obra, invocando a
falta de licenciamento municipal, no entanto estas continuaram, pelo que em 23
de outubro de 2002, a CMS procedeu ao seu embargo coercivo.

Em
7 de dezembro 2007 a mesma empresa entregou um novo projeto para o recomeço das
obras no Sapal de Corroios, que acabou por ser aprovado.

A
Viveilis - Viveiros de Peixe, Lda terá como objetivo a produção de robalos e douradas que compra em ‘maternidades’
portuguesas e espanholas, deixando-os crescer durante um ano (dourada) e
durante dois (robalo), até atingirem o tamanho comercial de 300 ou 400 gramas.

Pensamos
que estes viveiros estão atualmente desativados.

 A
nossa próxima paragem será num Moinho de Maré.

Os moinhos de maré do
concelho do Seixal

constituem o mais antigo núcleo, ainda existente, de uma região onde, desde o
séc. XIV se ergueram muitos moinhos, chegando
às 60 unidades no séc. XVI. O curto tempo de moagem diária, cerca de 4 horas
por maré, era compensado pelo elevado número de mós.

Como funcionavam os
moinhos de maré:

Os
moinhos de maré eram formados por uma
caldeira que se enchia de água
, através de uma porta de água (adufa), quando a maré enchia e que depois se
fechava até à descida das águas. E também por uma construção onde se situavam diversas moendas (pares de mós) que
se destinavam ao fabrico de farinha.

Quando a maré vazava,
abriam-se passagens
para a saída das águas, que faziam
mover um número variável de moendas (normalmente entre três e dez mós).

A partir do século XV,
os Frades Carmelitas promoveriam a construção de novos moinhos:

o
da Raposa (junto à Torre da Marinha), o do Galvão bem como o do Capitão, da Passagem
e o da Torre, todos defronte do Seixal.

Todos
eles sofreram grandes danos com o terramoto de 1755, que obrigaram à sua
reconstrução.

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Passaremos
por 3 destes moinhos, o 1º será o Moinho de Maré do Galvão, seguido do Moinho
de Maré do Capitão
, que fica bem perto do edifício em ruínas da
Fábrica de Seca de Bacalhau da Companhia
Atlântica.

Aqui
estabelecida em 1947, encerrou no princípio dos anos 90.

Durante
a década de 50 chegou a ser a maior empresa do ramo, das 3 que se encontravam
nesta região, empregando 600 trabalhadores, na sua maioria mulheres.

A secagem do bacalhau
era feita entre os meses de outubro e março
, uma vez que a temperatura ideal de secagem ronda os
20º.


vestígios de um cais que, a avaliar pelo seu comprimento, permitiria várias embarcações
ao mesmo tempo.

O
edifício encontra-se hoje num profundo estado de abandono e ruína, apesar da
bonita envolvente paisagística, com o
sapal e o Tejo por vizinhos
.

Por
trás do edifício ainda se veem as estacas onde se deixava o bacalhau a secar ao
sol e, dentro dos pavilhões esventrados, encontramos ainda alguns tanques de
lavagem do bacalhau e até um ou outro azulejo antigo com cenas típicas
tradicionais portuguesas.

Perto
fica o Moinho da Passagem, o 3º, praticamente inacessível.

Continuando
pelo sapal vamos chegar a outra ruína, a da Sociedade Lisbonense da Pesca do Bacalhau, que aqui foi instalada
em 1910.

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Mais
uns passos e chegamos à
praia da Ponta
dos Corvos
com toda a sua beleza e de onde podemos avistar, ao mesmo tempo,
Lisboa, Almada, Barreiro e Seixal bem como um longo areal branco, que vamos
percorrer até às instalações militares do Alfeite, após o que regressaremos ao
local de partida.

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Características do
percurso:
Totalmente
plano, com perto de 14km muito fáceis, feitos em estradão, sapal, algum (pouco)
lodo e areia.

Recomendações: Levar binóculos para observação das
aves e sapatos/botas confortáveis e com boa aderência.

Ponto de encontro: Às 10h00, junto à porta da Escola Básica do
1º Ciclo de Miratejo

(Praceta
Qta da Varejeira 2855-246, Corroios). Prevê-se que a atividade termine pelas
16h30.

Os
carros podem ficar no parque de estacionamento na Rua Soeiro Pereira Gomes, ao
lado do Centro Comercial Miratejo (a poucos metros da escola).

 Inscrição (10€) na
secretaria do CAAL.

(O preço inclui o seguro, o reconhecimento da actividade
e a simpatia dos organizadores).