Alvito e Viana - desta vez de autocarro

E não é mentira, apesar de ser dia 1…
2023-04-01 (Sábado)


Excelente actividade! Vejam o álbum AQUI    Aqui e aqui aqui mais fotos

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1 - Viana do Alentejo (as fotos do reconhecimento AQUI)

Santuário de Nossa Srª de Aires

 

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Viana do Alentejo (noutros
tempos chamada ‘Viana de Foxem’ ou ‘Viana a par d’Alvito’)  é uma  vila portuguesa do distrito de
Évora
, sede do concelho do mesmo nome, conhecida pela sua riqueza
patrimonial.

Podemos reportar a atual
configuração do concelho de Viana do Alentejo ao ano de 1836, período em que no
âmbito das reformas de Mouzinho da Silveira, os concelhos de Alcáçovas e
de Aguiar são incorporados no de Viana do Alentejo.

As três freguesias
encontram-se interligadas pelas antigas vias romanas que num eixo faziam a
ligação entre três das principais cidades romanas da época – Ebora Liberalitas
Julia 
(Évora), Pax-Julia (Beja) e Salácia (Alcácer do Sal).

A vila de Aguiar recebeu a sua primeira carta de
foral no ano de 1269 pelo cavaleiro Estêvão Rodrigues. O território da vila
esteve arrolado nos bens dos Lobos da Silveira, barões de Alvito, tendo sido sede de concelho entre 1287 e inícios do
século XIX
.

No percurso histórico da
vila de Alcáçovas, apelidada
de Castroleucos  (Castelos Brancos) no período romano e
de Al-Qasbah  (Cidadela fortificada) no período árabe,
destaca-se o hoje recuperado Paço dos
Henriques
, associado aos Condes e Senhores de Alcáçovas, aos contratos
nupciais da princesa D. Isabel com o Rei de Castela, D. João II (1447) e da
princesa D. Beatriz com o infante D. Fernando, duque de Viseu e filho do Rei D.
Duarte (1457), bem como a assinatura do Tratado de Alcáçovas-Toledo (4 de
setembro de 1479) e as negociações para as Tercerias de Moura. A 9 de setembro de 1973, no Monte Sobral,
elementos das Forças Armadas Portuguesas reuniram-se para a preparação do
movimento militar que teria lugar a dia 25 de abril de 1974.

Algumas fontes escritas
apontam para o ano de 300 a.C. como os primórdios da povoação do território que
hoje corresponde à vila de Viana do Alentejo, apontando os Celtas
Gallos
 e para uma provável existência de um castro no monte de S.
Vicente. Na zona do Santuário de Nossa Senhora D’Aires encontramos os vestígios de povoamento
romano e árabe.
Por motivos relacionados com o povoamento e defesa do
território, a transição da urbe da antiga herdade de Paredes
para a sua atual localização terá começado a processar-se no século XIII,
período em que a Herdade de Foxim é entregue por D. Afonso III
a D. Gil Martins de Riba de Vizela. Em
1313, D. Dinis recupera a povoação para a Coroa e lhe atribuiu a sua primeira
Carta de Foral
, no seguimento da qual autoriza a construção de um castelo.
Os finais do século XIX são marcados pela ação de António Isidoro de Sousa e da
sua visão de um ideal de progresso social e desenvolvimento económico: fundada
a 21 de outubro de 1892, a União Vinícola e Oleícola do Sul (UVOS) foi o
resultado estrutural do movimento de encadeamento social liderado por António
Isidoro de Sousa, e no ano seguinte surge na sua dependência a Escola de Olaria Médico de Sousa,
escola de ensino técnico que albergou nomes como Francisco Lagarto, Júlio Resende,
Aníbal Alcino e Armando Correia.

2
- O
 Concelho
de Alvito   

O município de Alvito está
situado no Baixo Alentejo, Distrito de Beja, e é composto por 2 freguesias,
cujas sedes iremos visitar:

- Alvito 
(sede)

- Vila Nova da Baronia

O nome Alvito provém de
‘Olivetto’, que significa olival, facto comprovado pelas oliveiras
milenares
 que se encontram no município.

 Outra versão conta a lenda que o nome da povoação vem de um facto sucedido durante
uma festividade
. Havia nesse dia uma corrida de touros e, quando os homens
tratavam de os meter nos curros, um deles escapou. Desatou a correr pela
povoação fora e, atrás dele, algumas pessoas. O animal corria furiosamente,
quem sabe para escapar à morte que adivinhava esperá-lo. Como estava um dia
muito quente, pouco a pouco os perseguidores do touro foram desistindo, até que
só ficaram dois, mais resistentes e corajosos, que acabaram por capturar o
bicho. Levaram-no de volta à povoação, depois de terem descansado os três sob
um chaparro. Quando entraram na vila com o touro preso por uma corda,
levaram-no até ao meio da praça, gritando: ‘Alvitre, alvitre!’, que quer dizer
alvíssaras. Daqui, explica o povo, nasceu o nome de Alvito.

Apesar de ser um concelho
pequeno em área e população, tem uma história rica.

Os testemunhos mais antigos
que se conhecem da presença humana no município remontam ao Neolítico,
existindo vários vestígios que asseguram a presença do Homem durante a Idade
do Cobre, do Bronze e do Ferro
. Também por lá passaram romanos,
visigodos e muçulmanos
, que deixaram diversos testemunhos.

Conquistada pelos
portugueses em 1234
, a povoação de Alvito é doada a D. Estêvão
Anes, chanceler-mor do reino, por D. Afonso III, em 1251. A partir desta data,
sobretudo através da ação do chanceler, procede-se ao seu repovoamento,
passando Alvito a ser uma povoação com dimensões consideráveis para a
época
.

Em
1387, D. João I doa Alvito a D. Diogo Lobo, em troca dos bons serviços prestados
na batalha de Aljubarrota  (1385) e na conquista de Évora aos espanhóis
(1387)
, ficando a vila ligada à história desta família ao
longo de todo o período que durou o regime monárquico.

A 24 de abril de 1475, D.
Afonso V concede ao Dr. João Fernandes da Silveira, marido de D. Maria de Sousa
Lobo, o título de Barão, passando
Alvito a ser o ‘cérebro’ da primeira baronia instituída em Portugal. 

Nesta época, já a povoação
desfrutava de um crescimento acentuado, fruto da conjuntura favorável em
que o reino se encontrava e que permitiu um forte crescimento populacional
em todo o país. Tal crescimento teve fortes repercussões na economia da vila,
dado que Alvito passa a ser um
dos principais centros político-económicos de todo o Alentejo
, durante
o período moderno, tendo quase 1700 habitantes e 364 fogos, segundo as
estatísticas do censo de 1527.

Este facto justifica o
esplendor que se pode observar em muitos monumentos: o castelo, a Igreja Matriz, a Igreja da Misericórdia, a Igreja de Nossa
Senhora das Candeias
, bem como na representatividade da arte manuelina de
Alvito.

Na época de transição do
século XVIII para o século XIX, o crescimento e prosperidade de Alvito
estagnam, começando o seu declínio a
partir de meados do século XX, sobretudo durante as décadas de 60 e 80.

A
agricultura apresenta-se como principal atividade económica do concelho
. Os
outros sectores, como a construção, comércio e serviços, têm um papel menor e
muitas vezes de suporte à atividade agrícola.

As principais atividades
agrícolas são tipicamente mediterrânicas, tais como a extração de cortiça, a cultura de trigo, cultura de oliveiras
tradicionais, criação de suínos, ovinos e bovinos
. A cultura de vinha
também tem vindo a ganhar alguma relevância nos últimos anos. 

3 - A atividade do CAAL

Saindo
de Lisboa de autocarro para Viana, iremos visitar o
Conjunto Arquitetónico do Castelo de Viana do Alentejo que inclui a Igreja
Matriz de Nossa Senhora da Anunciação, a Igreja da Misericórdia de Viana do
Alentejo (a funcionar como sala de exposições temporárias) e o Centro de
Interpretação do Castelo.

 

Visitaremos igualmente o Núcleo
Museológico de Viana do Alentejo
, a exposição permanente da Coleção de José Manuel Água
Morna ‘Memórias daqui e d`Além’ e o Santuário de Nossa Senhora D’Aires,
após o que seguiremos para
Vila Nova da Baronia,
cuja Igreja Matriz ou Igreja de Nossa
Senhora da Assunção
visitaremos. De referir também o Pelourinho como recordação dos 128 anos em que foi concelho,
hoje colocado na praça da República e classificado de monumento nacional.

4
- A caminhada

Seguidamente seguiremos para Alvito, através dos campos,
sempre que possível através do PR2 - Memórias dos Moinhos do Alvito, num
percurso de cerca de 8km
e em que desfrutaremos da bela paisagem
circundante e teremos oportunidade de fazer um piquenique.

Chegados
ao Alvito iremos visitar a Igreja Matriz, a Ermida de S. Sebastião e espreitar
o Castelo,
hoje Pousada. Haverá tempo para percorrer as ruas da
Vila, apreciando nomeadamente os diversos portais manuelinos ainda
existentes.

 

Autocarro: Partida de Lisboa às 7h45 na Av. 5 de Outubro, por baixo da linha do comboio
(tem parque para deixar o carro estacionado).
Pelas 18h00 horas
regressamos a Lisboa, com hora de chegada prevista para as 20h00.

 

O preço (45,00€) inclui a viagem de
autocarro, o seguro, as visitas e as despesas de reconhecimento. 

 

Imprescindível a inscrição na secretaria do CAAL.