Finis Terrae (fim da terra) julgavam os Romanos, local de nevoeiros constantes, de mistérios e tesouros, de bruxas e monstros ocultos nas brumas e nas águas revoltas do oceano.
Na Galiza nem o céu é sempre cinzento e há muito que também de deixou de ser um local perdido na Peninsula Ibérica. Hoje, a Galiza respira modernidade, que aos poucos também tem chegado à escalada.
O relevo galego procede das mais antigas orogenias peninsulares, as montanhas aqui são velhas, arredondadas e suaves.
As escolas de escalada tem tomado posse das falesias junto ao mar e das montanhas suaves do interior. Um pouco por todo lado tem vindo a surgir novos locais, revelando novos desafios e realçando as belezas naturais deste canto de Espanha..
Na Galiza encontraremos mais de trinta zonas para a prática da escalada, tendo como caracteristica comum a todas elas, a rocha, o granito.
Um granito que faz parte da vida quotidiana dos galegos, sempre presente na paisagem, seja no seu estado natural ou nas obras do homem, desde os primitivos dólmens às mais modernas arquitecturas.
A nossa viagem visitou dois dos “must” da escalada galega, o Monte Galinheiro, crista junto a Gondomar, e cujo nome teve a sua origem na semelhança com a crista de um galo, com sectores que desenvolvem acima dos 1000 metros de altitude, proporcionando escalada em placas técnicas de presas rombas, tectos e aderência. Bonitas vistas para a Ria de Vigo, Baiona e Monteferro. A outra escola foi Faro Budiño perto de Porriño, constituida por gigantescos blocos de granito de mais de cem metros de altura, cuja a caracteristica principal reside nos cristais de feldspato que se salientam do granito permitindo assim efectuar ascensões onde à primeira vista poderia parecer impossivel a escalada.
O périplo pelo norte terminou já em Portugal, na nossa conhecida Escola de Penice, que tantas saudaudes deixou no ano passado. A sua disposição em anfiteatro sobre a florida Serra de Arga, a escalada acessivel e a paisagem agreste da serra, tornam-a num local de invulgar beleza que apetece sempre voltar.
Participaram 15 escaladores.