Rotas de Cister - S. Bento d'Avis

2005-04-30 (Sábado)

Entre os braços do Maranhão

30 de Abril - Sábado – 1/2 botas.

O Alentejo é belo na Primavera. Que melhor maneira de celebrar uma paisagem única no mundo que com uma caminhada fácil pelo montado, com oportunidade de deliciar-nos com o verdadeiro espelho de água que nos oferece o Maranhão?

O Maranhão é um dos mais tranquilos lagos artificiais portugueses; ao atravessar a barragem, goze-se a bonita paisagem que a rodeia, com um verde pouco comum na paisagem alentejana e as falésias do lado esquerdo que parecem verdadeiras catedrais de pedra. Nos montes que a rodeiam dominam os eucaliptos e pinheiros e, mais para norte predominam as planícies salpicadas de verde onde sobressai o branco típico dos montes alentejanos. À distância, Avis impõe-se do alto da sua colina, protegida pelas suas torres e muralhas.

Rodeada por um cenário de grande beleza natural, Avis tem a marca da história ao ser a sede de uma das ordens militares mais preponderantes no nosso país. Este é o pretexto para realizarmos a quarta actividade subordinada ao tema “Rotas de Cister”.

A Ordem de Avis tem a sua origem numa milícia de cavaleiros criada após 1166 por D. Afonso Henriques, para protecção da recém-conquistada Évora. Até 1187 segue a Regra de S. Bento, mas com a criação oficial onde lhe são atribuídas as regras e a constituição da Ordem de Calatrava passa a seguir a observância religiosa de Cister. A sua ligação a Avis data de 1211 quando D. Afonso II doa o povoado ao mestre da até então denominada Milicia de Évora; constrói-se então o convento e fortifica-se a vila e a milicia passa a denominar-se de Ordem Militar de Avis. Ordem que está sobretudo ligada ao frade-mestre que se tornou o fundador da segunda dinastia, D. João I, sendo assimilada pela casa real.

Ainda há dois séculos elogiava-se a vila como “abundantíssima de pão e azeite, com muitos e admiráveis legumes, sumamente abundante de caça e gados, existindo muitas colmeias e montados, e as ribeiras ricas em barbos, bogas, bordalos e pardelhas”.

Características do percurso

Percurso pedestre com cerca de 15 km, com início na capela da Sª d’Entre Águas. Enquadrada numa paisagem magnífica, junto a um autêntico espelho de água, ocupa um antigo espaço sagrado dedicado ao culto das águas pois situa-se na antiga confluência das ribeiras de Seda e Sarrazola, hoje afluentes do Maranhão. A primeira metade do percurso, até Ervedal, decorrerá num bom estradão por entre típico montado alentejano onde o leve ondulado do terreno e algum património megalítico antecederão uma curiosa réplica da Ponte 25 de Abril.

Após o Ervedal e até ao fim da actividade, o percurso decorre por caminhos de pé posto que bordejam um dos braços do Maranhão, onde almoçaremos e, se o tempo o permitir, nos refrescaremos do calor do caminho. De seguida iremos visitar o centro histórico de Avis que terá de começar pelo que resta do antigo convento, e prosseguirá pelas ruas medievais decoradas com belas filas de laranjeiras que se enchem de cor e espalham o seu perfume por toda a vila.

Recomendações: Sendo previsível o tempo quente, roupa leve e protector solar. Farnel e toalha de praia.

Cartografia: Folha 382 da Carta Militar de Portugal na escala 1/25000 do IGE.

Partida: Sábado, dia 30, às 7h10 horas de Algés e às 7h30 horas de Sete Rios.

Participação em viatura própria: Concentração na Sª d’Entre Águas em Benavila às 10H00 (na estrada de Avis para Benavila). É imprescindível a inscrição no Clube.