Douro Internacional e Rebollar II

2006-04-14 - 2006-04-16 (Sexta-feira - Domingo)

Entre o Douro e a Gata


14 a 16 de Abril – Sexta a Domingo – 3 botas.


Pela segunda vez, vamos andar pelo Parque Natural do Douro Internacional, subindo o troço final da Ribeira de Aguiar que, nascendo lá para as bandas de Vilar Formoso, desagua no Douro e pelo “Espacio Natural d’el Rebollar”, no limite sul da espanhola Província de Salamanca. Nesta área vamos acompanhar o Rio Frio até à nascente na “Sierra de las Pilas”, cujo ponto culminante, Jañona – 1367m, é um dos mais altos da “Sierra da Gata”. Entretanto, no primeiro dia, caminhamos na aberta paisagem da meseta egitaniense, entre os esporões orientais da Serra da Estrela e o “monte-ilha” do Jarmelo.


Sexta, 14 – Jarmelo


Início em Codesseiro, a norte da Guarda, com um caminhar para sul ao longo da cumeada que separa a Ribeira de Massueime da Ribeira da Pega e, mais tarde, da das Cabras. Vamos ter assim vistas para os dois vales e para a Guarda, em frente, e ainda para a serra da Estrela e para o monte Jarmelo – final da actividade – que se eleva a oriente, acima da superfície da Meseta. Por alturas do km 8, viramos para este, numa área onde nasce a Ribeira das Cabras. Mais tarde voltamos a encontrá-la já grandita e depois, pelo meio de carvalhos e penedos, atingimos a simpática povoação de Montes. Os respectivos são alcançados por entre corta-mato, e o imponente marco geodésico do Jarmelo (939m) já está à nossa frente. Para o alcançarmos ainda temos que passar por muitos ‘perigos’: atravessar a A25, e a desgraçada povoação que D. Pedro, “o Cru”, mandou arrasar - era a terra de Diogo Lopes Pacheco, assassino da “bela Inês”. Ala para o autocarro, antes que nos aconteça alguma.


Sábado, 15 – Jañona


Uma hora de autocarro e apeamo-nos no “coto” de pesca do Rio Frio, já bem perto do limite regional Leão/Extremadura. É debaixo de um frondoso carvalhal - ou não estivéssemos nós em pleno ‘Rebollar’ – que iniciamos a caminhada sempre ao lado do caudaloso Rio Frio, até que na área em que as serras das “Pilas” e de “Villasrrubias” nos envolvem, o temos que atravessar a vau. Após a Casa del Jaque (em ruínas), iniciamos a subida para a “Sierra da Gata”. Alcançado o monte de Jañona (1367) deparamos com grandes vistas, principalmente para oriente, na direcção de “Las Hurdes”. Por cima de nós uma dança de abutres, mais abaixo o isolado “Castillo de La Almenara” e, depois, um aconchegante ‘sendero’ (e já andamos nisto há alguns anos) conduz-nos até ao final, na montanheira vila da Gata.


Domingo, 16 – Ribeira de Aguiar


Nesta altura do ano deve correr, o que lhe dá muito encanto, apesar de lá p’ró fim, nos obrigar a descalçar as botas. A intenção é subir este afluente do Douro, entre a capela da Sr.ª do Campo e Vilar de Amargo. Pelo meio saltam-nos pombais, minas, quintas abandonadas, belas vistas sobre os montes de Trás-os-Montes, rebanhos de ovelhas e curiosidades geológicas. Tudo isto numa paisagem de estepe, em que só há árvores junto à ribeira, e sem se ver um nativo (que às tantas pode ser ucraniano). Perante isto, o final só pode ser doce. E ala para a nossa base de apoio, onde desta vez somos nós a grelhar as febras para o nosso lanche ajantarado…


Características dos Percursos


No 1º dia (Sexta) são 23km a fazer em 8h30, com desníveis insignificantes e bons caminhos, excepto na parte final em que, no espaço de 1km, há um desnível de 150m e corta-mato. Começamos logo a andar (talvez às 11h30) e há possibilidades de neutralização (2 botas).


No 2º dia (Sábado) são 17km a fazer em 8h30. O trajecto é feito sempre por bons caminhos, excepto em cerca de 1km, na descida da Jañona (mas, depois, o caminho a meia encosta faz esquecer tudo). Antes disso, tivemos 400m de subida e a passagem do Rio Frio, a vau. Abastecer de água, caso o dia esteja quente (3 botas).


No último dia (Domingo) são 16km a fazer em 8h00. Predominam os caminhos, mas há momentos de corta-mato, pelo meio de blocos graníticos. É sempre a subir (350m num 1º troço e 150 no final). Atenção ao calor, pois não há uma única árvore e, perto do final, temos que atravessar uma ribeira, a vau (3 botas).


Alojamento e alimentação: Os jantares (de Sexta e Sábado), o lanche ajantarado de Domingo, os pequenos almoços (de Sábado e Domingo) e as pernoitas (de Sexta e Sábado) serão na Associação Cultural e Recreativa da Aldeia de S. Sebastião (tudo incluído no preço). O alojamento será em camarata (levar saco cama), mas quem quiser poderá montar tenda no local. Em alternativa existem em Vilar Formoso várias pensões (por ex. a Residencial Alcino – tel. 271513515).


Recomendações: Levar almoço para os três dias. Para os outros dois dias levar protecção para o frio ou água, caso esteja calor; não se atravessa qualquer “pueblo”, nem há neutralização. Levar binóculos, frontal e precauções para a passagem, a vau, de dois rios.


Cartografia: Folhas 151, 152, 192 e 193 do IGE (1/25000) e a folha espanhola 573 (1/50000).


Partida: Sexta, às 6h45 de Algés e às 7h00 de Sete Rios.


Participação em viatura própria: Concentração na Sexta, às 11h00, nas imediações da Junta de Freguesia de S. Pedro do Jarmelo (final da caminhada) para tomarem lugar no autocarro. Prevemos o início para as 11h30, junto à igreja de Codesseiro. Esta povoação fica a oeste da estrada Guarda/Pinhel (EN221).


Preço: Autocarro 102,00€ / Men. 21 anos 55,00€; Viatura própria 71,00€ / Men. 21 anos 50,00€.


O preço inclui as duas dormidas, dois pequenos almoços, dois jantares e um lanche.