Fortes das Linhas de Torres - Sobral de Monte Agraço

2007-05-27 (Domingo)

Por terras de Sobral de Monte Agraço

27 de Maio - Domingo - 2 botas.

2007-05-31: Apesar do mau tempo, que nos acompanhou praticamente todo o dia, os participantes ficaram plenamente satisfeitos com a bela actividade do passado Domingo dia 27.

Um percurso muito bonito, de grande interesse histórico, com piso bom e diferenciado, nada monótono, e que pode tornar-se em mais uma nova infraestrutura do turismo de natureza do Concelho do Sobral de Monte Agraço.


2007-05-25: Para os interessados, aqui fica o texto de apoio que será distribuído no Domingo aos participantes que tenham feito a sua pré-inscrição.


Começámos no Museu Militar de Lisboa, já estivemos em Loures e agora, dando continuidade às actividades de divulgação das Linhas de Torres, permitindo um completo enquadramento e melhor conhecimento de redutos, fortes e fortins, que constituem as linhas de defesa que, às portas da capital, fizeram recuar definitivamente as tropas francesas, vamos a terras do Sobral de Monte Agraço.

Sabiam que foi no Sobral a última derrota de Massena antes de regressar a França? E que vos parece percorrer a pé os mesmos caminhos que Wellington fazia diariamente entre o seu Quartel-general e o Forte do Alqueidão, para comunicar por sinais as instruções às suas tropas?

Pois venham daí, acompanhados pelo Professor José Luis de Matos, participar numa verdadeira aula sobre a Guerra Peninsular. Visitaremos o Sobral e a Igreja de S. Quintino (Monumento Nacional), respiraremos fundo no Forte do Alqueidão e desceremos, atravessando a ruralidade dos campos saloios, para ficarmos a saber onde foram os quartéis-generais de Beresford e de Wellington.

Ao ar livre, e com o Ar Livre, em mais um passeio para Reviver a História e Conhecer uma Região.

O Sobral e as Linhas de Torres Vedras

A vila de Sobral de Monte Agraço constituiu o centro do sistema de defesa das Linhas de Torres Vedras que fizeram a protecção de Lisboa durante a 3ª Invasão Francesa. O exército napoleónico foi comandado por Massena, “o filho querido da Vitória” no dizer de Napoleão.

Quatro estradas principais ligavam então por terra Lisboa ao norte da Extremadura: a estrada ribeirinha que ao longo do Tejo chegava a Vila Franca por Vialonga, e três outras que por Bucelas, Montachique e Sobral de Monte Agraço, Queluz e Mafra, ligavam a Capital a Torres Vedras. Mafra, Montachique, Bucelas e Vialonga localizam-se em desfiladeiros entre colinas e constituiam nesse tempo verdadeiros portos de passagem fáceis de fortificar.

Em 1809, Wellington que comandava o exército anglo-luso veio propositadamente do Alentejo, com o seu corpo de engenheiros reconhecer o terreno e mandou fortificar os dois pontos centrais do sistema, Torres Vedras e Sobral de Monte Agraço onde se construiram os fortes de S. Vicente e do Alqueidão, respectivamente, e organizou a construção de 59 fortificações que defendiam os desfiladeiros mencionados acima, além dos caminhos secundários, ao longo de 40 quilómetros entre o Oceano e o Tejo. Era uma linha de defesa recuada (2ª linha) que foi imediatamente ampliada por uma linha avançada que protegia sobretudo os flancos da linha inicial, desde Torres Vedras até ao Mar ao longo do rio Sizandro e entre o Sobral e Alhandra, constituindo uma primeira linha que se estendia ao longo de 50 quilómetros. A extremidade dos flancos eram defendidas por flotilhas de embarcações armadas navegando no Mar e no Tejo.

Ao todo construiram-se 152 fortes aparelhados com 534 canhões comportando uma guarnição de 34.125 homens. Esta guarnição era independente do exército anglo-luso que contava 69.500 homens no activo e que entrou nas Linhas em Outubro de 1810 vindo da batalha do Buçaco. Um terceiro corpo, de marinheiros ingleses, montou e fez funcionar o sistema de sinalização global das Linhas levantado nos pontos mais altos: Alhandra, Alqueidão, Senhora do Socorro, Torres Vedras e Ponte do Rol.

Wellington posicionou-se em Pero Negro de onde se deslocava diariamente ao Alqueidão ou à Senhora do Socorro a vigiar o inimigo e a enviar as suas ordens pelo sistema de comunicações, não longe de Beresford que ficou por perto, no Sobral ou na Sapataria juntamente com três corpos do exército português.

O Sobral de Monte Agraço foi uma terra mártir, palco dos recontros mais importantes. O Forte do Alqueidão, dois quilómetros a sul, com uma guarnição de 1000 homens e 25 bocas de fogo, mantinha a vigilância sobre o centro do sistema de defesa do exército napoleónico, localizado numa vila do Sobral semi destruida e ocupada finalmente pelos franceses.

Prof. José Luis de Matos

Concentração: Às 09h30 no Pero Negro.
(Para quem for de viatura própria de Lisboa, tomar a A8 e sair ao km 26, saída 6; virar à esquerda e 600m adiante virar para Pero Negro; concentração junto à Palmeira (árvore e café). Não devem portanto atravessar a linha-férrea. Com o apoio da C.M. Sobral, haverá transporte assegurado para o início - Sobral - e quando terminarmos temos os carros mesmo à mão...)

Preço: 8,00€, Men. 21 anos grátis

Inscrição no local da concentração.


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