A decisão da construção da barragem do Baixo Sabor tem passado por momentos de muita hesitação. Pela nossa parte decidimos avançar, no seguimento do espírito que nos levou a percorrer o Guadiana (aquando da construção de Alqueva). Assim, enquanto em 2005 e 2006 andámos por áreas mais próximas da barragem (Qta das Laranjeiras), este ano rumamos a norte, percorrendo talvez o seu local mais belo numa área bastante aberta e, por isso, mais inundável : a confluência da ribeira de Zacarias com o Sabor.
Mas , por muito belo que ele seja, três dias nas suas margens seriam demais. Talvez fosse então hora de alcançar as coloridas cristas (há muito debaixo de olho) das serras do Cachão, lá para os lados do Tua.
E a imponente serra de Bornes (1200m) ali mesmo ao lado, a separar os dois rios, e nunca percorrida pelo Clube. De que é que estávamos à espera?
E assim, num início de Outono, em que já vem sendo hábito rumarmos a Trás–os–Montes, vamos combinar rios com serra, passando três dias bem diferentes.
Sexta, dia 5 – A Serra
Início em Chacim, na encosta nordeste da serra de Bornes, terra que em séculos passados conheceu grandes dias com o incremento da indústria da seda. Subimos à cumeada e, alcançada esta, rumamos a sul, passando pelo seu ponto mais elevado – grandes vistas – para terminar emVilares de Vilariça, na face sudoeste da serra.
Características do percurso (2/3botas): Sempre por caminhos rurais, numa extensão de 22km. Dificuldade matinal provocada por uma ascensão de 500m; a cumeada (entre o km 4 e o 14) é feita por estradão, apresentando desníveis insignificantes. Aqui é feita a neutralização. Os que continuam têm uma descida de 400m (em 3,5km) e depois descida suave, até ao final.
Sábado, dia 6 – O Sabor
Se o primeiro dia foi o das grandes vistas para oriente e ocidente do distrito de Bragança, este é o do contacto com os vales dos rios Sabor e Zacarias. O troço do Sabor é o mais espectacular dos até agora feitos, com miradouros de cortar a respiração, como é o caso do Cabeço da Pendura.
O início é em Picões, e pouco depois abre-se o vale: passagem pelas Quintas do Badalo, S .Gonçalo e aldeia de Sardão. O final é em Cerejais, após passarmos a ribeira de Zacarias.
Características do percurso (2/3 botas): São 21km, com neutralização ao km12. A dificuldade é a subida entre S. Gonçalo e o km12 (300m). Após a neutralização há um troço de corta mato (por olivais) e a subida (250m) para o final.
Domingo, dia 7 – O Tua
Menos ameaçado pelas barragens e menos belo que o Sabor, optámos pelas margens do Tua para o último dia, num percurso que vale essencialmente pelos afloramentos rochosos das serras de Valverde/Cubo e "afloramento" humano do complexo industrial do Cachão.
O início é em Vale Verde e o final, um pouco a norte, em Marmelos. O regresso a Lisboa é pelo IP4/IP3 (Mirandela, Vila Real, Viseu...) e possível jantar na Mealhada.
Características do percurso (2/3 botas): Os caminhos são os habituais; os desníveis são mais frequentes: subida (200+100m) antes da neutralização ao km8. O total é de 15km, havendo no troço final uma subida de 150m.
Recomendações: Botas, agasalhos para o frio (serra de Bornes), bastão, frontal, almoço para três dias e bastantes líquidos (não se passa em povoações).
Cartografia: Folhas 78, 90, 91, 92, 106 e 119 da Carta Militar de Portugal, na escala 1/25000 do IGE.
Alojamento: Vamos ficar as 3 noites na Pousada de Juventude de Vila Nova de Foz Côa (levar toalha). Pequeno almoço incluído.
Participação em viatura própria: Os companheiros utilizarão o autocarro do Clube nos 3 dias de actividade. Sairemos dia 5, às 8h30 (após o pequeno almoço), da Pousada de Foz Côa.
Partida: Quinta, dia 4, às 19h30 de Algés e às 19h45 de Sete Rios.
O preço inclui as 3 noites na Pousada de Foz Côa.